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terça-feira, 16 de julho de 2013

DEGRAU #6

era preciso dar tempo ao tempo. um tempo sem tempo. ali sentado, terceiro degrau da rua da Vitória, olhava para o miúdo que já ia longe. continuavam os passos de dança e o orgulho naquele saco "pesado". sim, pensava, cada um levava o peso que podia, porque assim convinha. era esse o peso dele, de poucos centímetros de altura, um saco de rolos de papel para o mês inteiro. e era esse o seu peso, um dia de trabalho que parecia contar 53 horas e muitas. e era esse peso, adaptado a cada um, que parecia trazer a novidade do aprender a resolver mais do que a complicar. sim, a unidade de vida poderia começar pelo simples: acordar com a disposição de fim-de-semana, mesmo durante a semana. e pensava nisto ali sentado, terceiro degrau da rua da Vitória: um dia, um dia, teria a sua vitória.

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