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terça-feira, 31 de março de 2015

é sexta-feira

Hoje é sexta-feira e por isso está tudo bem.

Telemóvel toca, estou a meio de uma coisa. É ele. Atendo porque é ele e deve ser para fazer o update do countdown para irmos de férias. Mas as primeiras palavras não são: "falta uma hora para te ir buscar!". São: "Querida, onde é que escondeste a minha mala?" (para os homens tudo o que sai do sítio onde, logicamente, estaria, é uma brincadeira de mau gosto da esponja). 

Cabeça faz um esforço desumano para tentar lembrar-se onde está a mala que nos serviu de almofada tantas vezes na lua-de-mel - sim, não lhe pegamos há sete meses amor, como é que queres que eu me lembre onde é que ela está?! Arrisco um "eu diria que está debaixo da cama". Diz que não. E em cima do armário? Diz que também não. Corre dispensas, outras camas, uma azáfama que até a mim me cansa e estou do outro lado da cidade. 

Em tom de desespero digo-lhe para enfiar tudo num saco do IKEA. Vamos parecer uma família cigana mas aguentamo-nos à bronca (note-se que eu já levo uns quatro para as minhas coisas). Decide recomeçar: "querida, mas diz lá onde é que a escondeste.." Volto a tentar todos os passos, não me abstendo de dizer entre linhas que se estivesse eu aí, encontrava-a. À terceira tentativa em que insisto que, se estivesse no meu perfeito juízo quando a arrumei (nem sequer ponho a hipótese de ter sido ele) teria posto debaixo da cama. 

Nota para o leitor que chegou até aqui: debaixo da minha cama, um sommier chiquérrimo, existem várias caixas com cenas: toalhas, lençóis, vestidos de festa e alguns sacos. Tudo arrumado por cores-quem-me-dera, por tamanhos e com uma lógica. Confesso que senti algum suor frio ao pensar na confusão que aquilo já deve estar.. Deixa, hoje é sexta porque vamos de férias e vale tudo e mais um par de botas.

E lá estava a amiga (claro!), arrumada num dos sacos debaixo da cama. Como não estava em cima de nada, mas arrumada, estava escondida. Era eu ter mais tempo e fazia mais destas, não foi giro?! No fim só ouvi várias gargalhadas, "mas quem é que arruma mochilas dentro de sacos querida?..". God save the Queen! (não se aplica, mas precisei deste momento)

sexta-feira, 27 de março de 2015

DOMINGUEIROS #1

Correndo o risco de acharem que somos aquele casal gordinho que só pensa em comida - prometo que estamos muito longe disso - tinha que dizer só mais isto: descobrimos há uns meses a melhor gelataria de Lisboa, com gelados mais baratos que o Santini e Amorino e, só vos digo, ainda melhores! 

É a Nannarella ao pé da Assembleia e somos assíduos domingueiros. Sabores que valem 200% a pena são o Gianduia (chocolate do Férréróchér como diz o mais velho dela) e a Avelã. E os outros todos. Depois pode-se escolher natas por cima e ainda nozes caramelizadas sem pagar mais por isso. Tudo com fruta portuguesa, ingredientes frescos e a melhor parte: é tudo feito ali, podemos ver a magia a acontecer por trás do balcão!

A fila normalmente existe mas anda rápido e a família, a Constanza e o Filippo, são uma simpatia. A última vez que lá fomos ficámos com a ideia de que fecham sempre as dez da noite, um perigo para quem quer uma sobremesa tardia.

peixe lindo

Dizem que vem aí um dia de sol espetacular. Estou à espera disso, tenho um almoço de marmitas com a T. e o refeitório vai ser um dos banquinhos ao ar livre. Ando há duas semanas a comer salada de atum e estou feliz, acho que alface é o meu único desejo de grávida (fora o sushi mensal, pormenor). 

Ontem acabámos a noite no sushi do Lx Factory para festejar 1 ano e 10 meses de namoro. Vou continuar a festejar isto até me lembrar do 26. A desculpa foi que, daqui a três meses, não teremos a facilidade de nos metermos em programas destes decididos no segundo. Entrámos e a minha barriga de seis-meses-que-parecem-trigémeos denunciou-me. Umas cinco cabeças femininas viraram a cara e num olhar reprovador começaram no cochicho. Amigas, já basta o que basta: são nove meses de mais peso, mais cansaço, mais roupa que não serve, mais impossibilidade de dormir de barriga para baixo, mais não fumar (este foi dos poucos que não custou), mais forma de pêra (mas das felizes). Deixem-me curtir o meu peixe cru.. por favor! (só vou a sítios de confiança, não sou perdidamente inconsciente)

Foi em modo all you can eat (é dos sushi com melhor relação qualidade preço e não me canso de lá ir, para além da simpatia dos empregados principalmente aquela que, a cada mês me vê mais peixe-balão e continua a dizer que não pareço grávida #cirrose?). Delicia. Teria pedido mais uma leva não fosse o marido dizer que já não conseguia mais. Agora estou arrependida de não ter empregue o “comer por dois”. Já que vou ouvir do médico, mais vale ser com um sorriso rasgado e hálito a peixe cru dos bons (blheck!)

quinta-feira, 26 de março de 2015

PRECIPITAÇÕES MAS PRONTO

Chegaram os álbuns de fotografias do casamento e lua de mel. Encomendados na Blurb e feitos em casa numa semana de gripes e afins. Como sou uma precipitada de primeira fiz tudo, encomendei e não olhei uma única vez para as medidas. Resultado: são mínimos e tinha imaginado que encheriam uma sala, daqueles que chegam a ser difíceis agarrar só com duas mãos (?). Mas não faz mal, são giros na mesma, dá para matar saudades e se me convencer muitas vezes vou acreditar que este era o tamanho perfeito – 20x25cm.

Acho que já está: façam sempre em 20x25, impossível existir algum tamanho melhor. Logo à noite meto aqui uma fotografia do resultado final - blogs sem fotografias não pescam likes não é..?

Dica: a Blurb todos os meses faz promoções (recebe-se no email os vouchers), vale a pena esperar e aproveitar porque são logo 25% a 30% de desconto. E o resultado é in-crí-vel. Chegaram ao fim de uma semana e meia a casa, sem estragos de correio.

quarta-feira, 25 de março de 2015

"BANANA NO CHÃO, QUEDA DIRETA!"

Tenho acordado ao som disto, tal foi o número de vezes que o B. ouviu o berreiro da mulher da meia-maratona que distribuía bananas à passagem dos 35k corredores naquele Domingo. E todas as manhãs vem com direito a adaptação de voz, fechas os olhos e consegues imaginar a senhora-professora-de-educação-física (nada contra esta profissão J.) num histerismo educativo.

Naquele dia, chegou ao pingo doce onde eu andava em compras “imaginei que ias estar aqui” (mau sinal, a sério que sou essa pessoa?). Vinha com um ar acabado, a verdadeira bolha humana. Mas vinha feliz. Fez os 18/21 Km (acrescentei mais um para o caso de estares a ler isto querido) e sensatamente não imperou a teimosia masculina em querer defender a honra e chegar à meta a arrastar-se (morreu um alemão pelo caminho e tinha indicações de que o filho ainda queria conhecer o paizinho). Depois carregou com as compras até casa porque como o outro dizia “gravidez não é doença” (nunca te agradeci o conselho, obrigada! achei que era tipo herpes..) e achei-me capacitada para levar às costas os oito quilos de supermercado num saco pronto a explodir (o carro ficou em casa porque em seis meses conseguimos estacioná-lo num sítio legal pela primeira vez, welcome to Lapa).

Chegámos a casa e iniciou-se a sessão de cura daqueles pés: comecei a medo muito devagarinho, agulha em punho e bolha após bolha ia perguntando “dói?”. Acabei a sessão como naqueles jogos em que se tem que matar o sapo que aparece com um martelo e a cada bolha que via pumba, lá espetava a agulha e dava cabo dela sem dó nem piedade. No dia seguinte acordámos e estavam lá todas outra vez. Com o meu timing sempre acertado, depois de ter feito a brincadeira fui ler à Internet o que fazer nestes casos e a senhora tuasaúde.com diz que fiz tudo mal: nunca se deve explodir bolhas e ninguém me avisa?! 

Fica o aviso para quem está desse lado e está a pensar numa fuga das galinhas de 18km. Na próxima já espero poder ir: levo o Vasco no canguru (há um termo mais técnico mas ainda não domino esta linguagem de maternidade) e prometemos esquivar-nos das bananas, ou é QUEDA DIRETA - por favor imaginem a voz esganiçada e o ar sabichão, é do melhor tipo sexta-feira!

terça-feira, 24 de março de 2015

miúda do ano

parabéns à miúda mais querida de Lisboa, a miLena (pelo nome adaptado, promissora assessora de estética). o pai e a mãe que vão ao sushi porque hoje à noite és só minha e do teu tio preferido e prometemos uma jantarada bem melhor que a deles para festejar este primeiro ano de vida, ao som de bolacha maria e leite em pó :)

note to self

Quando as portas do metro se fecham na tua cara e ficas entalada, pões uma mão para proteger o miúdo na barriga que não tem culpa que estes sistemas sejam uns insensíveis ao facto de que uma-grávida-demora-mais-tempo-a-passar-filhos. E sais vitoriosa, com uma mão roxa mas feliz porque o miúdo só vai saber o que é um empurrão quando começar a escola (sim, claro..)

regresso às aulas

Desde o último post que a vida por estas bandas mudou a sério. Para o bom e o melhor e o bom outra vez de uma vida a dois. Não queria deixar de escrever, gosto demasiado disto pela ideia de deitar cá para fora o que tantas vezes não sai de outra forma. Hoje em dia trabalho em inglês, escrevo em inglês e falo em inglês (e tentamos manter diálogos estrangeiros em casa para pouparmos em aulas fora #notpretty) e só toco no português para ler receitas ou a Telva, que acho que não conta #voudarmuitoserros Depois: tenho memória de periquito e enquanto ela se lembra de tu-do o que eram os nossos dias de pré-primária, eu não. Vale a pena escrever só por isso, para um dia poder vir ler. Mas como dizia a vida mudou e quando o sol espreita lá fora já não se pensa automaticamente “vamos dar um mergulho à praia?” mas mais “alegria, a roupa vai secar”. E há menos tempo para o acessório (não te ofendas blog) e menos tempo para os formatos giros e muito pensados (neste momento ando anti-textos-inspiracionais, já basta esta vida). Mas o que importa é que as coisas ficam por aqui registadas e eu volto a treinar o meu português suave.

Já tinha saudades!