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quarta-feira, 25 de março de 2015

"BANANA NO CHÃO, QUEDA DIRETA!"

Tenho acordado ao som disto, tal foi o número de vezes que o B. ouviu o berreiro da mulher da meia-maratona que distribuía bananas à passagem dos 35k corredores naquele Domingo. E todas as manhãs vem com direito a adaptação de voz, fechas os olhos e consegues imaginar a senhora-professora-de-educação-física (nada contra esta profissão J.) num histerismo educativo.

Naquele dia, chegou ao pingo doce onde eu andava em compras “imaginei que ias estar aqui” (mau sinal, a sério que sou essa pessoa?). Vinha com um ar acabado, a verdadeira bolha humana. Mas vinha feliz. Fez os 18/21 Km (acrescentei mais um para o caso de estares a ler isto querido) e sensatamente não imperou a teimosia masculina em querer defender a honra e chegar à meta a arrastar-se (morreu um alemão pelo caminho e tinha indicações de que o filho ainda queria conhecer o paizinho). Depois carregou com as compras até casa porque como o outro dizia “gravidez não é doença” (nunca te agradeci o conselho, obrigada! achei que era tipo herpes..) e achei-me capacitada para levar às costas os oito quilos de supermercado num saco pronto a explodir (o carro ficou em casa porque em seis meses conseguimos estacioná-lo num sítio legal pela primeira vez, welcome to Lapa).

Chegámos a casa e iniciou-se a sessão de cura daqueles pés: comecei a medo muito devagarinho, agulha em punho e bolha após bolha ia perguntando “dói?”. Acabei a sessão como naqueles jogos em que se tem que matar o sapo que aparece com um martelo e a cada bolha que via pumba, lá espetava a agulha e dava cabo dela sem dó nem piedade. No dia seguinte acordámos e estavam lá todas outra vez. Com o meu timing sempre acertado, depois de ter feito a brincadeira fui ler à Internet o que fazer nestes casos e a senhora tuasaúde.com diz que fiz tudo mal: nunca se deve explodir bolhas e ninguém me avisa?! 

Fica o aviso para quem está desse lado e está a pensar numa fuga das galinhas de 18km. Na próxima já espero poder ir: levo o Vasco no canguru (há um termo mais técnico mas ainda não domino esta linguagem de maternidade) e prometemos esquivar-nos das bananas, ou é QUEDA DIRETA - por favor imaginem a voz esganiçada e o ar sabichão, é do melhor tipo sexta-feira!

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