Foi este o sítio
escolhido por ele, há um mês atrás, para jantar com ela pela primeira vez. O
restaurante estava marcado para as dez de uma sexta-feira, para dar tempo de voltarem
dos respetivos trabalhos, ela mudar de roupa (era contra a sua religião ir sair
vestida com a mesma roupa com que tinha estado a trabalhar o dia todo), ele apanhá-la
em casa e chegarem no ponto. Horas certas não era o forte dela, era o dele. “Queres-me pronta às nove e meia alemãs ou irlandesas?”. “Inglesas”.
Esperança da Sé.
Segue em frente, vira ali naquela rua estreita, sobe umas escadas e vai vê-lo logo à sua
direita. Subiram a calçada portuguesa no meio do frio e chegaram à porta. O
restaurante dispensa apresentações por ser réplica de um já muito conhecido italiano, o
Esperança do Bairro Alto. Luzes baixas, candeeiros a puxar para anos retro,
grupos de amigos a festejar, mesas pequenas e um grande ambiente - sóbrio e discreto como se quer. A mesa deles
ficava colada a uma janela com vista direta para a confusão das ruas do pitoresco bairro da Sé.
A experiência foi
imperdível e a vontade de voltar ainda maior. Ás 4 ela entrava em casa, com a
certeza de que o próximo mês seria único. E foi.
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