Recomendações pessoais, no meu dicionário, não começa por C. Mérito, no meu dicionário, não começa por C. Esforço pessoal, suar as estopinhas, dar o litro, também não começam por C.
O fator C, de Cunha, sempre me tirou do sério. Já tive possibilidade de a ele recorrer, mas nunca me pareceu honesto. Porque sempre me pareceu que o mérito pessoal tem que valer mais. O esforço diário durante os tempos de faculdade e, mais tarde, de constante aprendizagem, têm que valer mais. E em Portugal, à semelhança de Itália, parece-me que a opção C é muitas vezes aquela à qual grande parte das empresas recorre e que explica aí uns 77,3% desta crise. It pays to be patient deixa de se aplicar e o importante são as connects. Uma coisa é dar o toque, olha, conheço uma pessoa que talvez valesse a pena entrevistar para o lugar, sem compromisso. Outra coisa é tens que contratar este porque é primo do tio do amigo do Diretor.
Hoje, a meio de Fevereiro, depois de olhar com olhos de ver para a evolução atual e expectável do desemprego em Portugal, perco a fome. O desemprego jovem, segundo o Eurostat, está a 38,3% a Dezembro 2012. O desemprego global em Portugal, de acordo com o IMF 6th Review, está a 15,5% a Dezembro 2012, projetando-se 16,4% para 2013, 15,9% para 2014 e, show de bola, 14,3% em 2017.
Emigrar, para já, não é hipótese.
Mas hoje, a meio do mês de Fevereiro, foi o primeiro dia em que comecei à procura de aulas de alemão em Portugal, com perspetivas futuras. Nunca se sabe. Sou patriota, mas não a ponto de ser invisual, e não quero acordar um dia e perceber que fui tarde de mais porque o despertador já não tem que tocar ás 6h20 em ponto.
Mas hoje, a meio do mês de Fevereiro, foi o primeiro dia em que comecei à procura de aulas de alemão em Portugal, com perspetivas futuras. Nunca se sabe. Sou patriota, mas não a ponto de ser invisual, e não quero acordar um dia e perceber que fui tarde de mais porque o despertador já não tem que tocar ás 6h20 em ponto.
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