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sábado, 9 de março de 2013

primeiro dia de aulas

Estava a precisar disto. A definição (certa) de prioridades anda longe de ser forte e a vontade de corresponder a expectativas tem estado acima dos 43ºC. Entre isto tudo e o não saber distinguir entre urgent, not important e urgent, go do it deixei o blog, na última semana, a demolhar.

Abri a agenda, 9 de Março. Tinha várias coisas, já não havia espaço em branco na Moleskine que não me larga as saias. E ali, em letras minimini, "hoje, vais escrever no teu blog; quer faça chuva ou nevoeiro, vais até lá". E como o propósito da agenda só se concretiza se eu não furar o esquema, ao primeiro raio de sol saí de casa. 

Levei-o comigo, por ser a minha fonte de inspiração. Levo-o sempre, sempre que quero recomeçar alguma coisa no mundo das artes. Dá-me aquilo que eu preciso para ter a dose certa que me faz pensar para além das 27 horas que dou ao dia. Já se passaram muitas estações do ano, muitas fases diferentes, muitos cantos de várias casas. Mas ele, esse, continua aqui. Já achei que fosse a minha paixão platónica, o protótipo do homem com quem um dia partilharia a colher da sopa e a pasta de dentes expremida a meio. Depois veio o desânimo, foste por esse caminho? Aquilo que parecias, estás assim tão longe disso no real? E agora, somos amigos. Bons amigos. Daqueles que nunca se conheceram, nunca falaram. Nunca se viram. Mas eu, eu sei muito sobre ele.

E hoje, antes de voltar, ele dizia-me assim: "Entretanto, faço rápidos progressos linguísticos, e já consigo manter mais ou menos uma conversa em bundo, embora, claro, haja ainda muitas palavras que me escapam. Quando entro no hospital, onde já me espera uma inimaginável chusma de doentes, levanto o braço e digo Môio (olá, bom dia) e toda aquela gente se põe a gritar Môio num pandemónio de berros. À saída, volto-me para eles e berro Euáeuá (adeus) o que dá lugar a novas manifestações de entusiasmo. O tempo que perco, meu Deus, com coisas marginais. E depois há o outro horrível problema: escrever será realmente importante e útil? Sim ou não? As pessoas que lêem são uma dolorosa minoria... Quem se interessa por isso? Mudarão as coisas um dia? Gosto tudo tudo tudo de ti. Sempre. Até ao fim do mundo, meu único e grande amor. Quand tu morurras les oiseaux se tairont pour toujours."

Despedi-me de ti, até logo ALobo Antunes, fechei o livro e vim para aqui.
Hoje é um bom dia para voltar. Já aqui estou.

6 comentários:

Unknown disse...

Leste um livro do António Lobo Antunes, estás apaixonada por uma música do Bob Dylan covered pelo Wesley dos The Lumineers e estás de volta!! Yeaahh! Welcome back!!

Joana Nestor disse...

Grande Sarinha:) Como estás miúda?

Any regresso em gde!Cheio de bom gosto, como sempre:)

Liga-me esta semana para "bla, bla":)

Vera disse...

Voltaste! :D

Kika disse...

Tenho a parteleira cheia de livros dele! Tanta ispiração! E essas cartas de amor, são uma ternura..!! Beijinhos Ana!

Ana disse...

@ SaraMelo: Sarita, a grande impulsionadora do regresso :) adorei passear os cães, fiquei com vontade de arranjar um e ser a minha segurança nas corridas matinais! Beijos e bom trabalho

@ Joana Nestor: Jo do meu coração! Saudade sua, viu?

@ Vera: primaVera querida como está o update da casa mais gira gira?

@ Kika: são uma delícia!

Unknown disse...

Tenho muito esse problema do tempo e das prioridades!!