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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

FATOR C

Mais de 2/3 das empresas italianas diz contratar colaboradores com base em Proximidades afetivas.

Recomendações pessoais, no meu dicionário, não começa por C. Mérito, no meu dicionário, não começa por C. Esforço pessoal, suar as estopinhas, dar o litro, também não começam por C.

O fator C, de Cunha, sempre me tirou do sério. Já tive possibilidade de a ele recorrer, mas nunca me pareceu honesto. Porque sempre me pareceu que o mérito pessoal tem que valer mais. O esforço diário durante os tempos de faculdade e, mais tarde, de constante aprendizagem, têm que valer mais. E em Portugal, à semelhança de Itália, parece-me que a opção C é muitas vezes aquela à qual grande parte das empresas recorre e que explica aí uns 77,3% desta crise. It pays to be patient deixa de se aplicar e o importante são as connects. Uma coisa é dar o toque, olha, conheço uma pessoa que talvez valesse a pena entrevistar para o lugar, sem compromisso. Outra coisa é tens que contratar este porque é primo do tio do amigo do Diretor.




















Hoje, a meio de Fevereiro, depois de olhar com olhos de ver para a evolução atual e expectável do desemprego em Portugal, perco a fome. O desemprego jovem, segundo o Eurostat, está a 38,3% a Dezembro 2012. O desemprego global em Portugal, de acordo com o IMF 6th Review, está a 15,5% a Dezembro 2012, projetando-se 16,4% para 2013, 15,9% para 2014 e, show de bola, 14,3% em 2017.

Emigrar, para já, não é hipótese. 
Mas hoje, a meio do mês de Fevereiro, foi o primeiro dia em que comecei à procura de aulas de alemão em Portugal, com perspetivas futuras. Nunca se sabe. Sou patriota, mas não a ponto de ser invisual, e não quero acordar um dia e perceber que fui tarde de mais porque o despertador já não tem que tocar ás 6h20 em ponto.

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