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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Querido P,


Ontem jantaste cá, ficaste sentado ao meu lado. Mas antes disso.. Correste para me abraçar quando cheguei e deste-me um beijo na cara, daqueles que valem por tudo. Contaste pelos dedos das mãos as saudades que tinhas. E eu tuas. Já não nos viamos há 4 meses, não era? E olhei para ti, já sentado ao meu lado. Reparei o quanto estavas diferente, desde a última vez. Mais cabelo, mais novas palavras, mais histórias do Sul. 

E explicaste porque é que nunca faríamos uma guerra de almofadas: porque eras campeão ibérico de judo e não me querias deitar por terra. Olhei para ti, outra vez, seu trinca-espinhas! e desataste a rir, como quem sabe que o é mas quer dar ares do contrário.

E depois pediste, imploraste, para não comer as tiras que tinhas no prato, e que um dia descobrirás que são cebolas. Comerias tudo o resto sem pestanejar, mas as tiras não. Podia ser? Disse que sim. E olhei para os teus 90 cm. Meu orgulho de 90 cm - ver crescer cada um desses cm's, era o que eu gostava.

Dizem que melhor do que filhos nossos, são os dos outros. 
Neste caso só concordo porque "estes" outros são uma parte de mim. 
A boa parte de mim.

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