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sexta-feira, 3 de maio de 2013

INSÓNIAS

A dúvida começou há quase um ano, quando ela foi pedida em casamento. Lembro-me como se fosse hoje, feliz, radiante como só ela, ás três da manhã de uma sexta-feira 13. Como poucos esperávamos que ele escolhesse essa data, desafiando os mais supersticiosos, havia pouca coisa preparada para os festejos. E assim, ás três da manhã de uma sexta-feira 13, a aparelhagem tocava gipsy kings, bebíamos vinho verde e olhávamos para eles os dois, felizes e radiantes como só eles.

Nessa noite, ficámos as duas a conversar até tarde, mas tarde, ela a dizer que estava à espera mas que ao mesmo tempo não estava, eu a mandar mil mensagens, a pensar o que fazer a seguir, agora é importante fazermos um orçamento, e como é que queres o vestido?. Até que, vencidas pelo cansaço, adormecemos lado a lado. No dia seguinte acordámos com dores de costas e de cabeça, pelas poucas horas dormidas e pelo reduzido espaço que havia para duas pessoas numa cama de solteira. Ela, noiva. Eu, madrinha e irmã da noiva. 

E desde aí, ando a pensar no que vou vestir, onde o vou fazer, como o vou fazer, tecidos, materiais, eu sei lá. O importante é que comecei a perceber que aquilo que eu achava que fazia, tinha uma vaga ideia que sim, percebi que faço Mesmo. Adiar as decisões para as quais não me sinto capaz (estás a falar de um vestido, fofinha..) de escolher, com toda a certeza, o certo, o mais uau. 

E andava neste limbo, até que, no outro dia aqui pelo escritório, em conversas com a minha secretária, ela mandou um berro (sentido figurado, não foi escandalosamente alto) quando percebeu que eu ainda não tinha vestido. Ana, a tão pouco tempo do casamento, não tem na-da? Na-da? Eu acenava que não com a cabeça, estupefacta como uma filha que leva um sermão da mãe sem estar à espera. Vai disto, agarra no telefone, liga à costureira XPTO que lhe fez o vestido da filha, marca-me uma hora, a costureira e a prova. Santa eficiência, que tanto me andava a faltar. Como cheguei até ao vestido-que-me-tira-o-sono não sei. A senhora costureira levava-me os olhos da cara e por isso, não foi opção. A escolha acabou na Etxart e Pano, com modelos que estão para lá de incrível. Um muito obrigada à Carlota que me sugeriu esta loja num comment ao meu anterior post-desespero! Vale a pena passarem por lá, se têem casamentos a bater à porta. Amanhã vou buscá-lo à loja. E amanhã, espero já dormir descansada, com esta dúvida existencial resolvida.

1 comentário:

Carlota disse...

Fico mesmo contente por ter ajudado!!
Depois quero ver fotografias dos modelitos!