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quarta-feira, 15 de maio de 2013

SUPIMPA




























Andava a gostar daquele ritmo. Aprender a dormir sete horas obrigatórias, acordar de noite, fazer o que tinha a fazer, encontrar-se com o mais-que-Tudo que sempre a esperava ao final daqueles sete degraus positivos. Dizer bom dia ao senhor que antecedia esse encontro, romeno, de mão estendida e que à sua passagem fazia um sinal de fixe-surfista tipo hang loose que não se percebia bem se o era ou se se tratava de um sinal-depois-ligas-me? Garantir que vestia vestido para facilitar o processo de final de serviço, quando saía a tempo de ver luz do dia, atravessava o eixo norte sul enquanto mudava para roupa de corrida – primeiro semáforo calções, segundo semáforo parte de cima, subida até ao aeroporto sapatos – e chegava ao seu rio. Tudo fácil, até ao dia em que se esquecesse da regra do vestido.

E ontem não foi exceção. Cheguei ao rio pronta para os 7 km’s da fuga das galinhas e comecei. No ipod passava desde David Guetta a Imagine Dragons, concerto que não tarda nada e onde já garanti o meu lugar. Lado esquerdo, correr como se não houvesse mais nada nada nada. Lado direito em direção a um rio a perder de vista. E eis senão quando começo a ouvir um senhor a gritar todo contente e a esbracejar qualquer coisa de vago. Menina, corra mais rápido que eles já estão a chegar à meta. Vá despache-se! Eu ria sem saber de onde me tinha aparecido o senhor gordinho de bochechas rosadas. Continuei a correr. No regresso, lá estava ele. Viu-me e demorou dois segundos entre passar as coisas que tinha nos bolsos para o amigo e começar a correr na minha direção. Tudo me passou pela cabeça – é agora que me vai sair um free hug? Vamos chocar barrigas? Per-deu a ca-beça?. Nenhuma destas, só queria festa e um bocadinho de atenção. Estendi a mão, chocou na minha e segui viagem. Continuou a gritar todo contente mas já não o ouvia. Fizeram-se os últimos km’s a rir e a pensar que um dia, quero ser como o senhor gordinho, mantendo um espírito bem jovem e uma disposição para correr em sentido contrário ao óbvio.

E quando ia a subir o seu Mon(te)Santo, viu a mensagem dela e percebeu o que se passava. Despachou-se a marcar o número com uma ansiedade fora do normal, quase de certeza que sabia qual era a notícia do outro lado. Ouviu a voz da R e percebeu que sim, era isso mesmo. Falaram, falaram, falaram. E desligou no momento em que entrou em casa, com uma alegria extra, que dava vontade de cantar tudo o que passasse na rádio. As últimas horas do dia tinham sabido a pato daquele do sushi (!) de Entrecampos.

3 comentários:

Ines R disse...

Obrigada por me fazeres rir/pensar através dos teus posts. Gostei especialmente do de hoje porque assisti a tudo (estava uns 50m atrás de ti!)!

Ana disse...

Querida Inês R, quem és tu?? Ando a dar voltas á cabeça e nada. Maaas: és a Inês amiga do G, da EY? Ou nem por isso? Bem, podes querer manter-te no anonimato e isso é justo, eu também o faço. Se não for o caso, email me @ anahulrich@gmail.com e vamos combinar correr juntas. Obrigada pelo teu comentário! :)

Ines R disse...

Sou a amiga do G, da EY sim! E claro que sim, temos de combinar ir juntas (já coincidimos várias vezes por isso deve ser +/- fácil combinar)! Vou enviar-te o meu número para o teu email, torna-se mais fácil! Beijinhos