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sexta-feira, 19 de abril de 2013

e ela assim

- Olhe, desculpe, tem isqueiro aí à mão? janela aberta, sete da tarde, baixa-chiado.

e ele assim, meio apanhado desprevenido, a tocar nos bolsos da camisa à procura daquilo que lhe parecia ir salvar uma vida. Sorriso, como quem descobre ouro.

- Encontrei! olha para o lado esquerdo, olha para o lado direito e atravessa a estrada ao encontro da miúda cheia de lata, dentro daquela lata.

- Muito obrigada, vida salva e ritual de fim de tarde não quebrado. Empregado do restaurante volta a atravessar a estrada. Lata preta arranca.


Mas apesar do meu isqueiro estar em tua casa, querida T, foi uma semana daquelas! Foram dois dias passados juntas, a meter a conversa em dia e a aprender que se dá duas de mão ali e um extra-brilho aqui. A matar saudades dos bons velhos tempos em que descobrimos que eramos não só irmãs, mas gémeas e que nos conhecíamos como ninguém - nas parecenças e nas diferenças. 

E pensar que daqui a uns bons anos podem estar a correr por esses corredores umas coisas queridas e que as paredes que eles riscarem (com todo o meu apoio, liberdade de expressão on top, sempre), foram as mesmas que as queridas mãe e tia pintaram, penduradas em escadotes preclitantes, até ás 4 da matina. Sweet!

2 comentários:

Anónimo disse...

Adorei este primeiro texto para mim! E adorei a companhia também :) Não é para repetir a pintura, mas sim a companhia!
P.S. - Dei o isqueiro ao vizinho de baixo. Disse-lhe que era porque tinhas deixado de fumar e já não precisavas dele!!

Maria disse...

Queridas! Love you!