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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

antes que me esqueça

tenho que escrever como tudo começou. Para voltar aqui as vezes que forem precisas e saber que há um outro caminho.

Tudo começou quando tinha idade para subir ás árvores. Era maria-rapaz suficiente para perder cabelos de fúria a ver que os rapazes chegavam mais alto e mais rápido do que eu e sem problemas com o fator-saia. Por não me ficar, acabei em cima de telhados a 10 andares de altura, toquei os 300km/h num ferrari, quis dominar temas como futebol, política e finanças. Vontade de chegar onde não me via, para provar que conseguia. O quê? A quem? Não sei.. Ainda não sei.

Há um ano foi altura de me auto propor um novo desafio. Os olhos brilhavam só de pensar. Na altura, trabalhava numa das TOP4 Consultants em Portugal, com um ritmo diário que estava longe de ser para meninos, com namorado, com família, com amigos. Não era suficiente. Ainda restavam 3,5 minutos do dia em que eu podia estar a fazer alguma coisa que não fosse estar quieta. Quieta sempre me soou a descansar e defendia a pés juntos que dormir, comer e outras-coisas-que-não-fica-bem-dizer-aqui, são uma perda de tempo. Inscrevi-me no CFA, mundo das finanças, sem pensar muito no esforço que iria implicar. Pensei no meu, não pensei no dos outros - tempo a menos implica sempre atenção a menos, dedicação a menos, e muitos outros menos. O mais chega só a longo-prazo e a longo-prazo, dizia Keynes, sabemos onde estaremos - a bater as botas. Lindas, de salto alto, mas feitas de pó.

Foi um ano de streck. Levar as cenas - já tinham nome próprio, eram as cenas - para todo o lado. Para a passagem de ano, para o fim-de-semana de família, para as férias de Verão, para ir lanchar com elas não fosse existir um tempinho vazio, para TODO. O. LADO.

Em Dezembro, dia 1, estava em Madrid sentada para o grande exame. Minutos antes de começar, passei os olhos por esta fase que chegava ao fim. Decisões díficeis, das mais difícies, daquelas, sabem? Tantas coisas boas, saudades de tudo e não-arrependimento de nada.. de quase nada.

Passados dois meses, a nota saltou da pauta. Foram 60 dias de curtir à séria esta vida. Fazer coisas que andei a adiar, dedicar-me a elas, com quem nunca tinha tempo de qualidade para estar, reatar amizades antigas, dançar até me doerem os pés. Recomeçar a fumar (mistake. mistake.), aprender a gostar de cerveja, ler o que antes era inútil por não meter números, costurar a minha roupa, fazer bolachas, criar o meu blog e deixar de adiar o inadiável. Salvé Keynes!

Não passei à fase seguinte. Falhei em provar-me que conseguia chegar ao díficil, ao impossível. Falhei redondamente na ambição desordenada que me fazia querer pedalar sem sair do mesmo sítio. Sem rumo, sem alma, sem calma. É outra vida, diz a PT. É. De pensar três e quatro vezes nas opções que comprometem. De pensar sete e oito vezes no nível de exigência que me ponho, para início de conversa. De fazer os pague 3 leve 2, que não trazem retribuição de terceiros mas que valem mil vezes mais. De pensar menos e ser mais. Em promenores, que esses sim ficam para contar a história.

5 comentários:

Anónimo disse...

ÉS LINDA!!!

Anónimo disse...

Por favor! Mistake?

Ana disse...

Minhas Teresinhas :)

Nana disse...

és croma! sempre!

Ana disse...

Minha Nana :)